Um Trovador

ARAÍFE DAVID nasceu em Taubaté, no dia 08 de janeiro de 1907. Filho do libanês Said David (o “João Turco” e de Minervina Miguel Rodrigues). Quando ainda estudante, foi protagonista de rumoroso caso de crime passional ocorrido no centro de Taubaté, em 09 de dezembro de 1932, que culminou na morte da estudante Olga Guedes Tavares, oriunda de tradicional família taubateana,que passou a ser conhecida, posteriormente, como a “Santinha de Taubaté”. Seu túmulo, até hoje, é visitado por muita gente que ali procura conforto para suas dores de amores. A TV Band Vale exibiu, em 1997, uma minissérie intitulada “Cravos Vermelhos”, na qual retrata o desfecho dramático dessa infeliz história de amor. Dos trinta anos a que foi condenado, por bom comportamento Araífe cumpriu apenas quinze, no Rio de Janeiro e depois retornou a Taubaté, onde exerceu a função de jornalista, tendo fundado o jornal “O Papagaio”. Chegou a premiar em um concurso em Nova Friburgo: 9º lugar em 1968:


Adeus! Tu partes, menino,

e, em teus sonhos colossais,

sendo Friburgo o destino,

eu sei que não voltas mais!


Paradoxalmente, sua trova era quase que totalmente voltada ao humor. Residiu à Rua Cel. João Afonso, 324, em Taubaté. Através da Lei 2.415, 10 de maio de 1989, de autoria do Vereador Djalma de Castro, o poeta empresta seu nome a uma Rua no Bairro do Barranco, em Taubaté, hoje, Parque Aeroporto. Eis algumas de suas trovas, de teor criativo e espirituoso:


Gostei da Graça de outrora,

mas hoje, quando ela passa,

sem graça me sinto agora,

achando a Graça sem graça...


Quando te vejo, vizinha,

corpo bem feito a gingar,

eu lembro um violão que eu tinha,

sem nunca poder tocar...


São Benedito, eu sei quantos

milagres faz tua fé,

pois, se o Pelé é do Santos,

dos santos és o Pelé...

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