A Seca



Chora a campina o fenecer das moitas,
que o sol dardeja com volúpia ingente.
aves famintas esvoaçando afoitas,
fogem da luz abrasadora e ardente.

Sumiu do espaço madrigal aroma,
que as auras sopram no floral dos campos.
Não tem a aurora aquela luz que assoma,
Com brilho intenso de fulgor mais amplo.

no céu; à noite não se vê o esteleiro;
tudo está seco, tudo está nublado;
denso mormaço pelo vale e outeiro...

Seca a pastagem, lamentoso o gado;
do astral silente se escondeu o cruzeiro,
braços de fé deste Brasil amado!

Cesarino Avino Sega,
Tribuna do Norte, 8 de setembro de 1963


Comentários

Postagens mais visitadas